terça-feira, 8 de novembro de 2011

Cresce preocupação da construção civil com a falta de demanda

A falta de demanda é cada vez mais apontada como um dos principais problemas das grandes empresas da construção civil. A constatação está em pesquisa sobre o setor divulgada nesta segunda-feira pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), em parceria com a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC).

Entre os problemas enfrentados entre os meses de julho e setembro, 19,5% das grandes empresas responderam na pesquisa que a falta de demanda era um deles. No levantamento referente ao segundo trimestre deste ano, 10,6% citaram essa dificuldade como empecilho ao crescimento.

Para Renato da Fonseca, gerente-executivo de pesquisa da CNI, o aumento da reclamação da falta de demanda é sintoma do desaquecimento do setor neste ano, em comparação com 2010, e do atraso no início de obras de infraestrutura tocadas pelo governo, como as do programa Minha Casa Minha Vida, da Copa do Mundo e da Olimpíada. “O ano passado foi eleitoral, houve aceleração de obras. Neste ano, com novos governos tomando posse, houve reavaliação dos gastos, o que segurou os trabalhos. Além disso, há corte de gastos por causa da busca pelo superávit primário pelo governo”, afirmou.

No topo das queixas dos empresários está a falta de trabalhadores qualificados, com 48,8%. O número, no entanto, caiu em relação ao segundo trimestre, quando estava em 68,1%. A elevada carga tributária foi lembrada por 39% dos entrevistados, ante 48,9% do trimestre anterior. O alto custo de mão de obra é o terceiro problema mais citado (29,3%), mas caiu na comparação com o trimestre passado (40,4%). Cada empresa pode apontar na pesquisa três entraves ao crescimento das atividades.

Segundo Renato da Fonseca, a falta de mão de obra foi solucionada, em parte, pelo investimento em capacitação por parte das empresas, quando a escassez era maior. Agora, com a desaceleração na construção civil, há mais trabalhadores qualificados no mercado e menos pressão nos salários em comparação ao ano passado. “A tendência é o reequilíbrio nessa área”, disse.


Fonte: Valor Econômico

 

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